Avançar para o conteúdo principal

"Rota do Bucho/2016"

Pelo segundo ano consecutivo, resolvi editar a Rota do Bucho, com um passeio pelos trilhos de Malpica do Tejo, uma bonita aldeia onde tenho raízes, que termina à mesa com um belo bucho de ossos à boa moda malpiqueira.
Convidei um "magote" de amigos, dos quais dezasseis disseram presente.
O ponto de reunião, foi desta vez na Pastelaria Cantinho dos Sabores, na Rotunda da Racha, onde tomamos o cafézinho matinal.
Pelas 08h20 partimos em pelotão auto rumo a Malpica do Tejo, onde o Rui e a Sandra Tapadas já nos aguardavam.
A previsão era de vento forte e alguns aguaceiros e desta vez o S. Pedro não nos "despontou", mandou mesmo umas belas rajadas de vento e umas belas bátegas de água, que nos atingiram por três vezes, um pouco no início desta pequena aventura, sensivelmente a meio, quando estávamos à vista de um local de abrigo, a aldeia de Lentiscais e no final, em jeito de banho.
Pelas 09h00, como planeado, abandonávamos a aldeia rumo ao Monte do Couto do Alberto, entrando nos trilhos após contornar a pequena capela de S. Bento. Depois da primeira passagem escorregadia, descíamos para a Ribeira das Lameiras, quando o David Vila Boa, que seguia na minha roda, caiu aparatosamente, quando se soltou um pé do pedal e se entalou entre a roda e uma perna da suspensão.
Coisa feia, mas felizmente sem grandes danos físicos.
Optou e bem, por ir receber tratamento médico ao hospital, acompanhado por um dos elementos do grupo, seu familiar, ficando a malta esperançada que nada de grave se tratasse e que rápidamente regressasse a nossa companhia.
Agora com menos dois elementos, reiniciámos o passeio transpondo a ribeira e subimos à cumeada do Malhapão, tomando o rumo à Farropa, onde entramos em asfalto, para atalhar um pouco o percurso, recuperando algum tempo. 
No cruzamento da N.18-8 com a M.554, voltamos aos trilhos entrando no Monte do Picado de Cima, seguindo depois pelo Picado de Baixo e Pardal até aos Lentiscais, onde chegamos após cruzar a Ribeira do Valmedra, parando no bar do Centro Social para uma bebida, enquanto o S. Pedro efetuava nova descarga.
O sol inundou os campos em substituição da chuva e nós voltamos aos trilhos, com nova passagem pelo Monte do Pardal, por outros recantos e com algumas passagens engraçadas, cruzando depois a estrada para nos embrenharmos num trilho catita, no Monte do Néo, até à travessia da Ribeira da Farropinha.
O caudal ainda era bem transponível, inclusivé a pedalar para alguns mais afoitos e seguiu-se a subida ao Monte dos Judeus, a mais exigente do dia.
Já no alto, contornamos parte dos eucaliptais dos Montes da baliza, por um largo estradão, que nos levou até à Lameira da Azinheira, para mais um momento divertido com a travessia do lameiro.
Por um trilho animado, subimos à cumeada, onde viramos à direita para o Monte dos Andréus e, lá mais à frente, fletimos à esquerda para a Boidade, onde nos divertimos em mais uma travessia, onde cada um escolhia a sua trajetória num terreno gradeado em direção ao Monte Velho Perto.
Ainda antes de chegar ao seu antigo e abandonado arraial, viramos à esquerda para um rápido e alucinante trilho que nos conduziu à Brada d'Ouro, sempre em sentido descendente.
Um pouco de sobe e desce pelo Monte do Vale Covo levou-nos à velha quelha de Ferreira, para terminar em beleza e de forma divertida a nossa passagem pelos trilhos, subindo depois a Rua do Reduto até ao Largo da Carreira, onde tínhamos estacionado as viaturas e perto do local de tertúlia.
Debaixo duma pancada de água, rápidamente mudamos a fatiota e fomos acomodar-nos na mesa préviamente preparada para nos receber no simpática e acolhedora "Tasca Maria Faia", para o apetecido Bucho à Malpiqueira, superiormente cozinhado e apresentado pelo "Chefe Artur"
As entradas de tábuas de queijo, lagostins do rio, enchido e prova de azeite, tudo produto regional, foram "bravamente" atacadas pela malta e bem oleadas pela bela "pinga" de Foz Coa.
 mais tarde chegaram as bem apresentadas travessa de cozido de ossos e respetiva guarnição que igual tratamento tiveram por parte destes bravos guerreiros de terra e lama, que nem a chuva e forte vento os fizeram demover de tal contenda.
Uma rica tarde de tertúlia à boa moda antiga, bem animada e enriquecida por um elenco de luxo, que já "treina" para o próximo combate, agendado para terras mais a oeste.
Resta-nos agora descansar uns dias, para que possamos estar à altura da próxima gesta.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles.
AC 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

"Passeio de Mota pela Galiza"

Mesmo com a meteorologia a contrariar aquilo que poderia ser uma bela viagem à sempre verdejante Galiza, 9 amigos com o gosto lúdico de andar de mota não se demoveram e avançaram para esta bonita aventura por terras "galegas" Com o ponto de inicio no "escritório" do João Nuno para a dose cafeínica da manhã marcada para as 6 horas da manhã, a malta lá foi chegando. Depois dos cumprimentos da praxe e do cafezinho tomado foi hora de partir rumo a Vila Nova de Cerveira, o final deste primeiro dia de aventura. O dia prometia aguentar-se sem chuva e a Guarda foi a primeira cidade que nos viu passar. Sempre em andamento moderado, a nossa pequena caravana lá ia devorando kms por bonitas estradas, algumas com bonitas panorâmicas. Cruzamos imensas aldeias, vilas e cidades, destacando Trancoso, Moimenta da Beira, Armamar, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Parada de Cunhos, Mondim Basto e cabeceiras de Basto, onde paramos para almoçar uma bela &quo

"Rota do Volfrâmio <> Antevisão"

A convite do meu amigo Nuno Diaz, desloquei-me no passado sábado à bonita Praia Fluvial de Janeiro de Baixo para marcar um percurso em gps a que chamou "A Rota do Volfrâmio". É um percurso circular inserido em paisagens de extrema beleza e percorrido em trilhos diversificados maioritáriamente ladeando a Ribeira de Bogas e o Rio Zêzere em single tracks de cortar a respiração. Soberbo!!! Como combinado, pelas 07h passei pela Carapalha, onde mora o Nuno, para partirmos na minha "jipose" em direcção à Aldeia de Janeiro de Baixo. Parámos ainda no Orvalho para bebermos o cafézinho matinal e pouco depois lá estávamos nós a estacionar a "jipose" no parque da bonita Praia Fluvial de Janeiro de Baixo. Depois de descarregar as bikes e prepararmos o material, lá abalámos calmamente em amena cavaqueira, guiados pelo mapa topográfico rudimentarmente colocado no "cockpit" da bike do Nuno, pois parte do percurso também era desconhecido para ele, pelo menos a pe

"Passeio de Mota à Serra da Lousã"

"Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela." (Albert Einstein) Dia apetecível para andar de mota, com algum vento trapalhão durante a manhã, mas que em nada beliscou este esplêndido dia de passeio co amigos. Com concentração marcada para as 08h30 na Padaria do Montalvão, apareceram o José Correia, Rafa Riscado, Carlos Marques e Paulo Santos. Depois do cafezinho tomado acompanhado de dois dedos de conversa, fizemo-nos à estrada, rumo a Pampilhosa da Serra, onde estava programada a primeira paragem. Estacionamos as motas no estacionamento do Pavilhão Municipal e demos um pequeno giro pelo Jardim da Praça do Regionalismo e Praia Fluvial, indo depois comer algo à pastelaria padaria no beco defronte do jardim Abandonamos aquela bonita vila, não sem antes efetuarmos uma pequena paragem no Miradouro do Calvário, com uma ampla visão sobre aquela vila tipicamente serra, cruzada pel