Depois de uma noite bem dormida no bungalow do Camping Velo-Mar a escassa dezenas de metros da Playa de Cirro, preparámos as bikes e os alforges que carregámos nas ditas, e pusemo-nos a caminho.
Tivemos desta vez que arrancar a seco, pois ainda não havia "desayunos" no camping.
Desta vez, o dia amanheceu brilhante, a antever um belo dia solarengo, apenas contrariado pela acentuada subida que tivemos que vencer antes de chegar ao Souto, onde entrámos na verdejante floresta.
Com a passagem por Fontán, pequeno "poblado" sem qualquer boteco onde pudéssemos tomar o pequeno almoço, chegámos finalmente a Sada, uma bonita cidade costeira, terra de pescadores, escarpas abruptas, praias virgens e castros ocultos, onde finalmente conseguimos "desayunar" numa simpática pastelaria.
Cruzámos depois o seu bonito porto marítimo e rumámos a A Insua, depois de passar por Pedrido, com a sua espetacular enseada, onde o Rio Anllóns despeja as suas águas e se une ao Atlântico.
Deixamos A Insua, contornado a baía e seguimos para a Ponte do Porco, Miño, Rio de Bañobre, Perbes, Ventosa, Vizus e Pontedeume, numa primeira passagem, pois dirigíamo-nos a Ferrol, ao encontro do Km 0 do Caminho Inglês de Santiago.
Seguiu-se Cabañas, Madalena, Vilar do Colo, Chamoso e Foxas, cruzando depois a Ria de Ferrol pela sua bonita Ponte das Rias.
Já estávamos em Ferrol e quase sempre paralelos à ria, lá chegámos ao Porto Marítimo de Coruxeiras, onde do outro lado, junto à esplanada do café aí existente, encontrámos o marco, onde se encontra a placa que indica o km 0 e ponto de início do Caminho Inglês de Santiago.
Subimos por uma estreita rua empedrada e lá no alto, junto ao jardim, com uma bela panorâmica sobre a ria, resolvemos parar para almoçar, na esplanada de um bar ai existente.
A placa indicativa de "raciones, bocadillos, etc" é sinal de paragem, quando chega a hora de ajeitar o estomago com comidinha.
E assim foi. O "Raxo", a nossa comida oficial desta aventura galega, voltou à mesa, acompanhada das belas "cañas". Só que desta vez, o dono, talvez por analfabetismo, ou pensando que eramos "camones", ou portuguesitos de 3ª., cobrou umas "cañas" a mais, apresentando uma fatura, onde todas as parcelas tinham o mesmo nome "varios".
Tive de o chamar à atenção, e este, sem mais nada, devolveu o dinheiro cobrado a mais ao meu irmão, que tinha já pago a fatura.
Chiça, já não se pode andar mal vestido!!!
Saímos dali e cruzámos parte de Ferrol por ruas "pedonais" e voltámos a descer à zona ribeirinha, contornando a Ria de Ferrol até Neda.
Afastámo-nos de Neda em direção a Fene, com umas bonitas passagens em passadiços de madeira e voltámos a ter a ria como companheira, desta vez a de Ares, que depois de passar novamente por Foxas e Chamoso, passámos através da sua ponte, para entrar depois em Pontedeume, uma bonita vila de passado medieval, situada na foz do Rio Eume e na encosta do Monte Breamo.
Cruzada a ponte, passamos pelo estreito arco e vencemos a forte subida através das suas ruelas intermináveis.
Após esta longa e suada subida, continuámos em direção a Miño, onde já tínhamos passado algumas horas atrás.
A partir da Ponte do Porco, afastámo-nos definitivamente do trajeto que trazíamos desde a Playa de Cirro e começamos a entrar no interior.
As subidas passaram a ser constantes e sucediam-se umas às outras, com maior ou menor inclinação.
O final do dia aproximava-se, assim como nós nos aproximávamos de Betanzos, onde chegamos após passagem por Montecelo, para chegar à sua bonita Praza dos Irmáns Garcia Naveira.
Betanzos foi batizada pelo romanos como "Brigantiun". Situa-se numa colina onde antigamente se encontrava um castro, ao fundo da Ria de Betanzos, onde a água do mar se funde com a doce dos Rios Mandeo e Mendo. Foi uma das sete capitais do Antigo Reino da Galiza e está declarada conjunto histórico - artístico.
Acabámos por ficar no Albergue Casa da Pescaderia, seguindo as placas desde a "Praza" e ali perto.
Ficamos bem alojados no primeiro piso, quase só para nós, acabando por também vir a ser ocupado por quatro portuguesas que estava a fazer o caminho a pé.
Mal demos por elas. Chegaram tarde e saíram cedo! A única recordação que ainda tenho das mesmas é que lhes dispensei um gel recuperante, pois uma delas vinha um pouco em "mau estado" e da roncaria que fizeram duramente toda a noite.
Como o albergue fechava portas às 22h00 e quem não estivesse, ficava na rua, fomos tratar da "janta" numa das ruelas junto à praça principal, onde abancámos num castiço bar, de ambiente bem acolhedor e nos despedimos da nossa comida oficial, o "Raxo".
Um excelente dia de aventura, com entrada já no Caminho Inglês, que inciámos e Ferrol e que se caracteriza sobretudo pelo verde dos seus bosques.
Fizémos neste dia 105 kms, alcançando em pleno os nossos objetivos.
Para o dia seguinte e último da nossa passagem por terras galegas, faltavam só 75 kms para entrarmos finalmente na imponente Plaza de Obradoiro e na grandiosa Catedral de Cantiago de Compostela.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles.
AC
Subimos por uma estreita rua empedrada e lá no alto, junto ao jardim, com uma bela panorâmica sobre a ria, resolvemos parar para almoçar, na esplanada de um bar ai existente.
A placa indicativa de "raciones, bocadillos, etc" é sinal de paragem, quando chega a hora de ajeitar o estomago com comidinha.
E assim foi. O "Raxo", a nossa comida oficial desta aventura galega, voltou à mesa, acompanhada das belas "cañas". Só que desta vez, o dono, talvez por analfabetismo, ou pensando que eramos "camones", ou portuguesitos de 3ª., cobrou umas "cañas" a mais, apresentando uma fatura, onde todas as parcelas tinham o mesmo nome "varios".
Tive de o chamar à atenção, e este, sem mais nada, devolveu o dinheiro cobrado a mais ao meu irmão, que tinha já pago a fatura.
Chiça, já não se pode andar mal vestido!!!
Saímos dali e cruzámos parte de Ferrol por ruas "pedonais" e voltámos a descer à zona ribeirinha, contornando a Ria de Ferrol até Neda.
Afastámo-nos de Neda em direção a Fene, com umas bonitas passagens em passadiços de madeira e voltámos a ter a ria como companheira, desta vez a de Ares, que depois de passar novamente por Foxas e Chamoso, passámos através da sua ponte, para entrar depois em Pontedeume, uma bonita vila de passado medieval, situada na foz do Rio Eume e na encosta do Monte Breamo.
Cruzada a ponte, passamos pelo estreito arco e vencemos a forte subida através das suas ruelas intermináveis.
Após esta longa e suada subida, continuámos em direção a Miño, onde já tínhamos passado algumas horas atrás.
A partir da Ponte do Porco, afastámo-nos definitivamente do trajeto que trazíamos desde a Playa de Cirro e começamos a entrar no interior.
As subidas passaram a ser constantes e sucediam-se umas às outras, com maior ou menor inclinação.
O final do dia aproximava-se, assim como nós nos aproximávamos de Betanzos, onde chegamos após passagem por Montecelo, para chegar à sua bonita Praza dos Irmáns Garcia Naveira.
Betanzos foi batizada pelo romanos como "Brigantiun". Situa-se numa colina onde antigamente se encontrava um castro, ao fundo da Ria de Betanzos, onde a água do mar se funde com a doce dos Rios Mandeo e Mendo. Foi uma das sete capitais do Antigo Reino da Galiza e está declarada conjunto histórico - artístico.
Acabámos por ficar no Albergue Casa da Pescaderia, seguindo as placas desde a "Praza" e ali perto.
Ficamos bem alojados no primeiro piso, quase só para nós, acabando por também vir a ser ocupado por quatro portuguesas que estava a fazer o caminho a pé.
Mal demos por elas. Chegaram tarde e saíram cedo! A única recordação que ainda tenho das mesmas é que lhes dispensei um gel recuperante, pois uma delas vinha um pouco em "mau estado" e da roncaria que fizeram duramente toda a noite.
Como o albergue fechava portas às 22h00 e quem não estivesse, ficava na rua, fomos tratar da "janta" numa das ruelas junto à praça principal, onde abancámos num castiço bar, de ambiente bem acolhedor e nos despedimos da nossa comida oficial, o "Raxo".
Um excelente dia de aventura, com entrada já no Caminho Inglês, que inciámos e Ferrol e que se caracteriza sobretudo pelo verde dos seus bosques.
Fizémos neste dia 105 kms, alcançando em pleno os nossos objetivos.
Para o dia seguinte e último da nossa passagem por terras galegas, faltavam só 75 kms para entrarmos finalmente na imponente Plaza de Obradoiro e na grandiosa Catedral de Cantiago de Compostela.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles.
AC
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