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"Tertúlia betêtista"

Ontem, ali para os lados de Vila de Rei, juntaram-se 17 "gajos" vindos daqui e dali, para uma tertúlia betêtista à moda antiga.
Malta de trato fácil, contagiante e sem espinhas que gosta de se divertir e de dar umas boas pedaladas . . .ah, e já agora, também comem que se fartam . . .que o diga o proprietário do Restaurante "O Elétrico" que vai demorar para aí uns quinze dias a repor os géneros na dispensa!!! Isto, se não tiver que fechar uma semana por falta de matéria prima!!! 
O local de encontro deu-se na pastelaria Estrela Doce na Sertã para o pequeno almoço para uns e a matinal dose de cafeína para outros.
Já com a malta toda junta era hora de irmos até à castiça Aldeia da Relva a cerca de três kms de Vila de Rei, onde iriamos montar o nosso quartel general provisório.
Enquanto se preparavam as bikes para o encontro com os trilhos, o meu irmão Luís, presenteou a malta com um "canequinho" metálico que de imediato foi inaugurado com umas pingas de "giribita", "anjelica", jeropiga, ou como lhe queiram chamar.
Ainda andava a lamber os beiços do doce da "angelica", quando o Nuno Rebelo de Alcanena nos surpreendeu com umas garrafinhas de vinho espumante espanhol de uma colheita particular. Ui, Ui!!! . . . que pomada!!!
Partimos para os trilhos bem animados e bem dispostos e as brincadeiras e tropelias foram uma constante durante todo o tempo.
Passámos pelo Casal Formoso, Barreiros e Casais de Cima por trilhos em constante sobe e desce.
Continuámos pela Portela do Curral, Couço Cimeiro e Quinta das Laranjeiras e depois de ladearmos durante algum tempo a Ribeira da Galega chegámos à Bonita Aldeia de Xisto de Água Formosa, através dum single track simplesmente brutal.
Já antes tínhamos pedalado num bom par de singles e trilhos bem catitas, absorvidos por uma esplêndida paisagem.
Os furos, foram uma constante durante quase todo o percurso, uns cinco ou seis. Mas a rapaziada não é de desistências e toca a reparar e andar que a malta está aqui é para se divertir.
Saímos da Água Formosa por um arrepiante single track, que durante uns bons momentos nos manteve os "tintins" bastante apertadinhos, mas foi um gozo enorme!!!
Ainda com os sentidos no espetacular single track, chegámos á Aldeia da Lousa e depois de uns metros pelo pedregoso leito da Ribeira de Codes, passámos a sua bonita e antiga ponte, pedalámos algum tempo pela Rota das Conheiras e descemos de novo à ribeira.
Aqui, o meu irmão Luís conduziu-nos por um magistral single track até ás proximidades da Praia Fluvial do Penedo Furado, onde nos aguardava um lanchinho para retemperar forças, empurrado goela abaixo com umas fresquinhas imperiais.
Aqui, começou a odisseia dos "catchapuns" saltos acrobáticos, ou desacrobáticos, de chapa, de cabeça, de pés, vestido, quase despido, com capacete e sapatos, só com capacete, só com sapatos, enfim para todos os gostos!
Uma "ruideira" total. Peixes e outros utilizadores daquele espaço . . . simplesmente se afastaram durante algum tempo.
A calma voltou àquele lugar depois da rapaziada se ter ido embora rumo à cascata.
Mas, para as pessoas  se encontravam na zona da cascata, a acalmia do bonito lugar, o cantar dos passarinhos e o barulho caraterístico da água contra a parede rochosa acabou repentinamente.
Voltámos aos "catchapuns", às brincadeiras e tropelias. A alegria jorrava em cada um de nós como se crianças fossemos. Grandes momentos de diversão.
Sair daquele lugar, além de custar um pouco pela beleza inóspita e pela brincadeira que nos proporcionou, foi duramente dificultado pelos penosos degraus que tivemos que subir para sair dali. Mas valeram todos os momentos.
O pior foi quando logo depois de atingirmos o alto da serrania e quando começávamos a pedalar, o Álvaro de Alcanena partiu o drop out  da sua treck. Ainda se tentou remediar a coisa, pois havia um drop out que serviria para desenrascar a situação, mas não foi possível retirar o partido.
A solução lógica foi transformar a bike numa single speed e pela enorme dificuldade que o Álvaro iria encontrar para cumprir o restante percurso, toda a malta concordou em regressarmos ao ponto de partida por asfalto.
Aqui a coerência, o bom senso e o companheirismo vieram ao decima e rumámos à Aldeia da Relva por asfalto.
Já no quartel provisório rapidamente arrumámos as bikes e depois de mais uns belos sorvos no vinho espumante que o Nuno Rebelo tinha trazido de Espanha fomos dar uns mergulhos na piscina local para depois nos aperaltarmos e ir para o restaurante.
Um farto almoço de bufett numa sala só para nós e com tudo à disposição, fez disparar alguns centímetros na fisionomia da maioria dos presentes, com uma ou outra exceção. O Nuno Seiça, por exemplo, deu um rombo do "catano" ao restaurante e conseguiu manter aquela linha esbelta à Cristiano R.
Terminado o farto almoço e depois da foto de grupo para mais tarde recordar, fomos até ao Bar da Carvalha para a sossega da praxe, onde depois de mais umas "comédias" e brincadeiras nos despedimos com um até breve.
São estes os momentos que ficam e nos fazem "vibrar" de vez em quando, a nós, a quem a juventude já teima em abandonar mas que a mente ainda mantem de forma viva e tempo indefinido.
Por tudo isto, não sejam "florzinhas de estufa", deixem-se de tretas, de birras e matreirices.
Vivam a vida e se possível um dia de cada vez!
A passagem pela vida é efémera . . . nunca se esqueçam disso!!!
 
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles.
AC


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