É verdade!
Depois de uns meses passados e de ter superado alguns "percalços", voltei às minhas voltas vadias, que tanto gosto, onde revivo velhos cantos há muito tempo não visitados e onde me confundo com a paisagem em plena comunhão e pura evasão.
Estas voltas têm regularmente quilometragens maratonianas e tempo ilimitado, pelo que a companhia é quase sempre escassa ou inexistente, por motivos óbvios.
Não foi o caso, desta vez.
O Silvério Correia contatou-me no dia anterior para marcar uma voltinha, inicialmente asfáltica, mas ao dar-lhe conta da minha intenção de partir à aventura, em busca de bons momentos de evasão, mostrou logo interesse de comigo partilhar esta voltinha vadia, como lhes chamo!
Juntámo-nos pelas 08h na pastelaria "A Ministra", na Carapalha e logo ali "cafeinámos" o corpinho, para que melhor saísse dos torpores matinais causados pelo "vale dos lençóis"!
Saímos em direção à Barragem da Talagueira via Piscina-Praia e com passagem pelo Baixo da Maria, descemos à Canabichosa para a primeira subida do dia às Benquerenças.
Cruzámos a aldeia e contornado o VG do Canto Redondo, descemos à Foz da Líria, um aprazível local, agora um pouco descolorido pelas securas de verão.
Pela segunda subida do dia chegámos à aldeia dos Calvos, continuando em direção às Versadas e ladeando a Lomba Chã, passámos pelas Barrocas em direção às Sarzedas, subindo a serra, para descer pelos depósitos à sua rua principal, onde parámos no Café Central para uma bebida fresca.
Abandonámos a vila em direção ao Fernão Pires, onde lá do alto demos uma mirada ao Santuário de Santa Madalena, mas não descemos para uma visita, que ficará para outra ocasião, quiçá de asfáltica.
Descemos para as covas do Vale da Lancinha e subimos de novo à cumeada para encetarmos a descida à Aldeia do Sesmo, com paragem no bar da praia fluvial, para mais uma bebida fresca e dois dedos de conversa.
Seguimos depois vale acima em direção ao Pomar com passagem pela Brazona e pelo lugar de Ficalho, um pequeno aglomerado de casas de xisto, que pensava já recuperadas, pois da última vez que por ali passei havia por ali algum movimento na recuperação das casas, que agora constatei ter apenas sido uma delas . . . até agora!
Até à Azenha de Cima foi um saltinho. A previsão de abastecimento sólido no bar/mercearia local gorou-se, pois estava fechado, pelo que continuámos o nosso passeio de hoje, cruzando a pequena ponte antiga sobre o Ribeira da Magueija, entrando no asfalto.
Fizemos umas centenas de metros por alcatrão para numa viragem á direita, entramos por um dos vales da Serra do Magarefe.
Sempre subindo por trilhos catitas, atingimos a cumeada que nos presenteou com uma fantástica panorâmica sobre o vale e as aldeias de Grade, Pousafoles e Vale Maria Dona.
Numa descida a testar travões descemos ao Vale de Paio, um bonito recanto escondido entre serranias e subimos ao recém alcatroado estradão para a Malhada do Servo, que seguimos até à entrada da aldeia da Grade, onde numa viragem à direita voltámos aos trilhos, entre velhos pinhais,até às encostas da margem direita da Ribeira da Magueija.
Subimos à zona sul da Esteveira de Baixo onde começam os extensos olivais seguindo pelo estradão que passa pelo alto do Chão da Vã em direção à aldeia de Camões.
Cruzámos a Ribeira do Groulo no Cabril e entrámos no neo estradão alcatroado até às proximidades da Serrasqueira, onde encetámos a descida á praia fluvial do Muro.
Nada de novo naquele local, que atinge o seu esplendor com as cores primaveris e quando o rio ainda corre, tornando-o quase paradisíaco.
Subimos agora em direção ao Palvarinho, onde de novo parámos para nos refrescarmos, comer algo mais sólido e atestar bidons e camelbag.
Saimos da aldeia pela capela de S. Lourenço e descemos à ponte de ferro para enfrentarmos a última subida do dia ao Penedo Gordo.
Cruzámos a N112 e seguimos até ao Monte da Massana que atravessámos em direção à Tapada das Figueiras.
Rodeámos a Tapada para evitar o constante abrir e fechar de cancelas e seguimos para a Quinta dos Carvalhos via parque de Campismo.
Uma bonita e farta aventura por locais onde já há bastante tempo não pedalava e que me avivaram a memória quanto à beleza de alguns locais e espetacularidade de alguns trilhos.
A companhia do Silvério foi uma mais valia e o companheirismo foi uma constante.
Pusemos a conversa em dia durante os 87 kms do percurso, que terminou na esplanada do Café Lusitano com a sossega da praxe.
Uma manhã XL preenchida de bons momentos e boas pedaladas, pelos bonitos trilhos cá do nosso belo interior.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles.
AC
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