Avançar para o conteúdo principal

"XII Raid AC - Trilhos e Aventuras > Perdigão e Talhadas"

Ontem, domingo, na companhia de sete amigos, fomos divertir-nos em mais um Raid AC - Trilhos e Aventuras, desta vez, pelos maciços rochosos da Serra do Perdigão e das Talhadas.
Não era este o percurso que estava previsto, mas sim um outro, na exigente e lindíssima Sierra de Gata, em Espanha, que foi alterado para data posterior, derivado às más condições climatéricas.
Nestas circunstâncias é bastante perigoso pedalar nos trilhos selecionados, por serem bastante pedregosos e com subidas e descidas bastante exigentes. Por outro lado, toda aquela beleza, ficaria ofuscada pelo mau tempo. A Serra de Gata está lá, e nós também por cá estamos. Ficará para os finais de Junho.
Para o Perdigão e Talhadas, compareceram, eu, Silvério, Nuno Eusébio, Tiago, João Afonso, o meu irmão Luís, o João Caetano e o Pedro Barroca, para esta magnífica e durinha aventura, por alguns dos topos cá do nosso cantinho.
Subidas exigentes e descidas adrenalínicas, não faltaram e, malta com espírito de aventura e de conquista, também não.
Os 123 kms do percurso, a exigência de alguns trilhos e os 3582 metros de acumulado positivo, apenas "incendiaram" a rapaziada, que já clamam por nova aventura.
Juntámo-nos na Pires Marques e, pelo caminho, apanhámos o resto do pessoal que esperava junto à Rotunda da Qta Dr. Beirão.
Seguimos em direcção aos Maxiais, pelo Vale dos Gagos.
Continuámos para o Vale da Dona, onde percorremos alguns trilhos novos para a rapaziada, que nos levaram à Foz da Ribeira do Cruzeiro, com o Ribeiro do Barco.
Se a descida à foz foi rápida, a subida à cumeada, não foi nada fácil e fez a rapazia arfar um pouco, até ao estradão que segue a pelo topo até à estrada para os Cebolais, onde entrámos, virando alguns metros depois para as Hortas da Serra, para um single um pouco técnico, em subida, até à zona este da Serra das Olelas.
Descemos ao Retaxo e por trilhos conhecidos, se bem que pouco utilizados, fomos até às Bombas das Sarnadas, onde efectuámos a primeira paragem para o cafézinho habitual. E a surpresa, é que fui apenas eu a tomar o cafézinho, pois a restante malta já foi convertida pelo Silvério para a "Seita do Abatanado."
Seguimos depois por trilhos entre a A23 e IP2 até à Capela da Sra da Paz, nas proximidades dos Rodeios, apanhando depois o estradão paralelo ao IP2, até Alvaiade.
Parámos na Sarnadinha, logo a seguir, para refrescar gargantas e tomar coragem para o primeiro topo da Serra das Talhadas.
Antes, percorremos uns bonitos trilhos, que nos levaram à Ponte sobre o Rio Ocreza, na subida aos Bugios e, pelo Vale, subimos ao Chão ds Servas, rampa de lançamento à primeira Secção da Serra das Talhadas,

A subida, apesar de não muito longa, foi sofrida, mas ao entrarmos no estradão, ao longo da meia encosta, ficámos bastante agradados com a imensidão da paisagem que dali se avista e que, foi nossa companhia durante um par de kms.
Descemos de novo a Alvaiade, numa descida rápida e "dançarina" derivado ao terreno arenoso e com muita pedra roliça, para rumarmos então à Serra do Perdigão.
Seguimos os vestígios do inicio da antiga estrada para o Vale do Cobrão, rasgada aquando da construção do IP2, para darmos início à subida ao Parque Eólico da Serra do Perdigão.
Esta subida não é muito difícil, apenas um pouco complicada numa ou outra secção, pela gravilha, mas que, com a velocidade certa, se ultrapassa com facilidade.
Lá em cima, a vista é fantástica, quer para sul, quer para norte. Ali parámos um momento a apreciar a paisagem. Rumámos depois à fase menos boa, mas bastante adrenalínica e desconhecida dos biker's, ressalvando alguma excepção, que nos levou com o coração nas mãos e a adrenalina em índices altos, até perto da Foz do Cobrão.
Nova paragem, para um divertido abastecimento, num café local, onde o Silvério já fazia de empregado de mesa e balcão. A dona do café era conhecida dum dos elementos do grupo e limitou-se à cozinha, onde quase não dava despacho aos constantes pedidos de tostas e sandes, pelo que, o abastecimento líquido ficou por nossa conta, com a confiança da proprietária. Um bom momento de convívio e camaradagem, imagem de marca nestes lúdicos eventos, onde qualquer um pode participar. Mas a verdade, é que há que ter alguma "pernita", pureza de caráter e verdadeiro espírito de aventura. Qualquer outro atributo, por muito "meritório" que seja, pode não ser suficiente.
Com a barriguinha cheia de tudo, comida, bebida e boa disposição, a que os "animadores residentes" providenciam para que não se esgote, tinhamos pela frente uma terrível subida, pelo trilho entre serras, até às proximidades do Escorregadouro da Moura.
Estávamos de novo na Serra das Talhadas, no seu lado mais imponente.
Um desafio que não se consegue sempre, pelo piso bastante difícil, pela muita inclinação e pela extensão. Tem que se estar mesmo com uma boa preparação, quer física, quer mental. Acho que aqui, até o "cérebro" doi. Chiça!!!
Mas o trilho e as paisagens compensam bem o esforço. Chegados lá bem ao alto, junto ao Posto de Vigia e Cruzeiro, umas paisagens soberbas, para ambas as encostas da Serra, mantiveram-nos "agarrados" àquele local, durante bastante tempo, sentados junto ao cruzeiro, desfrutando aquele belo momento contemplativo.
As Aldeias da Ferraria, Lameira, Casalinho, Carregal e Carregais de um lado e Rabacinas, Chão do Galego e Montes da Senhora do outro, pareciam-nos as pequenas construções do "Portugal dos Pequeninos" vistos lá do alto.

Estava na altura de fazer a exigente descida até à meia encosta do lado sul, onde cada um dava o seu melhor para se manter equilibrado em cima da bike, que "dançava", de pedra em pedra, até atingirmos terreno mais consistente.
Fomos até ao topo longitudinal da serra, contornando-o, para noutro estradão, agora bastante ciclável e rápido, cruzarmos a serra, agora pelo lado norte.
Nova descida, de rabinho atrás e pulsações rápidas" até ao Carregal, onde não entrámos, seguindo por uma panóplia de trilhos, bem bonitos e muito raramente pedalados, seguindo as curvas de nível, entre bonitos vales, até chegarmos à estrada, perto da Catraia Cimeira.
Virámos logo à direita, umas dezenas de metros depois, para em estradão rápido, irmos até ao pouco conhecido Castelo, (não vi nenhum) onde ainda existe uma trincheira, segundo dizem, do tempo das guerras napoleónicas.
Vi um largo, sem qualquer construção, com a trincheira tapada, mas, a paisagem sobre a Ribeira do Alvito e a sua ponte medieval, é bastante bonita.
Descemos à ponte, onde na tasquinha do "Ti António" pintámos a manta, divertimo-nos à brava, comemos e bebemos e quase que nos esquecemos que ainda tinhamos que regressar á cidade.
Mas para mim, o verdadeiro motivo, era a incrivel subida, logo a seguir à ponte, que até punha os cabelos em pé, só de olhar. Ninguém queria arrancar dalí.
Os poucos clientes que ali se encontravam, diziam que nós não éramos capazes de subir "aquilo".
Também havia algumas dúvidas e, com a "coça" que já tínhamos no "pêlo", com a "tonelada" de latas de atum que já tinhamos "arrecadado" e com as bjecas que já tinhamos "emborcado", uns quantos tintinhos para o Silvério, havia que ir à "guerra".
Pois bem. os tais clientes enganaram-se. A malta subiu mesmo aquela "treta". Alguns pareciam a "Sharapova" a guinchar no Roland Garros, mas aquele "set" foi nosso. Depois desta já não há subida que "arreganhe" o dente. Mas primeiro, temos que beber umas bjecas. eh eh eh!!!
Chegados ao Sopegal, continuámos por trilhos já conhecidos de alguma rapaziada, que nos levaram ao Vale das Ovelhas, Santo André das Tojeiras, Lomba Chã, Teixugueiras e Calvos.
Descemos ao Rio Ocreza, á mais que conhecida Foz da Líria, para a penultima subida de registo, do dia, ao VG do Canto Redondo.
Virámos para a abandonada aldeia do Monte Baixo, seguimos para Benquerenças de Baixo e, pela Quinta da Lomba, decemos à Ribeira da Canabichosa, para enfrentarmos a última subida, que nos deu acesso ao Baixo da Maria.
Passada a Talagueira, entrámos na Zona Industrial pelo Jumbo, cruzámos a Piscina Praia pela sua já reparada ponte e efectuámos a última paragem na Pastelaria do Montalvão, para a sossega final.
A malta despediu-se e ficou no ar o prenúncio de novas aventuras, onde certamente haverá novas "diabruras da cambada", sem stress, nem grandes pretensões, apenas manifestações de amizade e puro divertimento.
VÍDEO
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos
. . . ou fora deles.
AC

Comentários

JValente disse…
Bela Aventura... sim senhor!
OFF ROAD BIKERS disse…
Nem tem o que comentar... simplesmente espetacular o lugar... Grande aventura
SALES disse…
Mais um grande e belíssimo Raid com a assinatura do grande senhor das duas rodas companheiro e amigo António Cabaço. Parabéns por mais uma bela e dura aventura tive pena mas a vida profissional assim não me permitiu.AH...tbm tenho que referir esse belos companheiros do pedal que certamente tornou esse Raid ainda mais fantástico.
Carlos Pio disse…
Mt bom.... Parabéns ao "lider" e à restante rapaziada! Mantenho a promessa de me juntar um destes dias a essas "maluqueiras" cheias de desafios e adrenalinas. Abraço!
FMicaelo disse…
Excelente raid, aqui bem pertinho de nós, com paisagens bem espectaculares. A nossa passagem pela zona á umas semanas atrás deu a entender que será um local a explorar, pois há por ali uns "risquinhos" interessantes de vir a conhecer.
João Afonso disse…
Este foi estilo PPPP !!! há e também foi muita BOM !
Obrigado por compartilhar mais este fantástico dia comigo.
1 abraÇo.
Anónimo disse…
Olá António,
para não variar foi um dia estrondoso!
Muitas fotos, muito que contar... as nossas 'tretas' do costume!

Também já deixei um relato no fórum:

http://bttoledo.forumotion.com/t436-xii-raid-ac-serra-do-perdigao-e-talhadas#3016

abraço e até breve,

Tiago
Anónimo disse…
Na maioria dos passeios chegamos ao fim com a sensação da que este acabou muito depressa, mas neste a dose de tudo o que ansiamos nestas aventuras foi tão brutal que quando terminou távamos todos satisfeitos com a barriguinha cheia.
Obrigado a todos pela soberba companhia.
Pedro Barroca
Silvério disse…
Hoje finalmente tive oportunidade de rever a ultima voltita de BTT em que participei, através deste post e também by memory.

Há uma musica brutal de um grupo de rock ainda mais brutal, que diz:
I CAN'T GET NO SATISFACTION

Puro engano:
WE CAN GET SATISFACTION and we do it once, twice, and so on!
E é muito simples, fácil. É só praticar a politica do 4P's e ter os valores certos nestas "missões".
Ora foi exactamente o que fizeram "the 8 MAGNIFICIENT KNIGHTS of this CRUSADE". Parabéns a todos pelo excelente desempenho.
Por fim, mas não menos importante, um Muito Obrigado ao António pelo ESFORÇO, DEDICAÇÃO, DEVOÇÃO, e muitos parabéns pela GLÓRIA alcançada.
Assim dá gozo! Venha a próxima!
Um abraço para todos
Silvério

Mensagens populares deste blogue

"Passeio de Mota pela Galiza"

Mesmo com a meteorologia a contrariar aquilo que poderia ser uma bela viagem à sempre verdejante Galiza, 9 amigos com o gosto lúdico de andar de mota não se demoveram e avançaram para esta bonita aventura por terras "galegas" Com o ponto de inicio no "escritório" do João Nuno para a dose cafeínica da manhã marcada para as 6 horas da manhã, a malta lá foi chegando. Depois dos cumprimentos da praxe e do cafezinho tomado foi hora de partir rumo a Vila Nova de Cerveira, o final deste primeiro dia de aventura. O dia prometia aguentar-se sem chuva e a Guarda foi a primeira cidade que nos viu passar. Sempre em andamento moderado, a nossa pequena caravana lá ia devorando kms por bonitas estradas, algumas com bonitas panorâmicas. Cruzamos imensas aldeias, vilas e cidades, destacando Trancoso, Moimenta da Beira, Armamar, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Parada de Cunhos, Mondim Basto e cabeceiras de Basto, onde paramos para almoçar uma bela &quo

"Rota do Volfrâmio <> Antevisão"

A convite do meu amigo Nuno Diaz, desloquei-me no passado sábado à bonita Praia Fluvial de Janeiro de Baixo para marcar um percurso em gps a que chamou "A Rota do Volfrâmio". É um percurso circular inserido em paisagens de extrema beleza e percorrido em trilhos diversificados maioritáriamente ladeando a Ribeira de Bogas e o Rio Zêzere em single tracks de cortar a respiração. Soberbo!!! Como combinado, pelas 07h passei pela Carapalha, onde mora o Nuno, para partirmos na minha "jipose" em direcção à Aldeia de Janeiro de Baixo. Parámos ainda no Orvalho para bebermos o cafézinho matinal e pouco depois lá estávamos nós a estacionar a "jipose" no parque da bonita Praia Fluvial de Janeiro de Baixo. Depois de descarregar as bikes e prepararmos o material, lá abalámos calmamente em amena cavaqueira, guiados pelo mapa topográfico rudimentarmente colocado no "cockpit" da bike do Nuno, pois parte do percurso também era desconhecido para ele, pelo menos a pe

"Passeio de Mota à Serra da Lousã"

"Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela." (Albert Einstein) Dia apetecível para andar de mota, com algum vento trapalhão durante a manhã, mas que em nada beliscou este esplêndido dia de passeio co amigos. Com concentração marcada para as 08h30 na Padaria do Montalvão, apareceram o José Correia, Rafa Riscado, Carlos Marques e Paulo Santos. Depois do cafezinho tomado acompanhado de dois dedos de conversa, fizemo-nos à estrada, rumo a Pampilhosa da Serra, onde estava programada a primeira paragem. Estacionamos as motas no estacionamento do Pavilhão Municipal e demos um pequeno giro pelo Jardim da Praça do Regionalismo e Praia Fluvial, indo depois comer algo à pastelaria padaria no beco defronte do jardim Abandonamos aquela bonita vila, não sem antes efetuarmos uma pequena paragem no Miradouro do Calvário, com uma ampla visão sobre aquela vila tipicamente serra, cruzada pel