Avançar para o conteúdo principal

"Transpirenaica - Mont Louis > Tarascon-sur-Ariége"

Dia 04 Set.
2ª.ETAPA
MONT LOUIS > TARASCON-SUR-ARIÉGE
À partida para esta segunda etapa, as sensações não eram as melhores!!
Não me tinha alimentado convenientemente, pois não me dou lá muito bem com os “patées” e com os” foie gras” e em geral com a cuisine francesa, tão apreciada pelos média.
Ainda dei umas voltas pela povoação, mas aquilo parece que fecha ao cair da noite e só estava aberto um restaurante e apenas com os empregados, quanto a clientes nem vivalma.
Acabei por regressar ao hotel, onde apesar de ser um pouco “carote” tive que me contentar com um “entrecôte” e um acompanhamento que mal toquei.

Pelas 09h20 e após um pequeno almoço tomado no Bar da gasolineira, lá me fiz à estrada, mas após umas centenas de metros entre rotundas a primeira rampa do dia, que apesar de não ser muito inclinada, deu para perceber que as “pernitas” estavam bastante doridas.
Seguiu-se o Col du Calvaire de Font Romeu, que não sendo uma grande subida, me custou um pouco.
A partir daí comecei a melhorar e lá para os 30 kms rodados comecei com um “feeling” diferente e ataquei o Col de Puymorens com algum à vontade, apesar dos muitos kms de subida com chuva e frio e com pendentes até 12%.

Até Tarascon, foi quase sempre a rolar, já com paisagens verdadeiramente pirenaicas, sulcadas em todas as direcções por rios, ribeiras e riachos, quase todos de águas bravas, criando recantos que me encantavam e me faziam sentir um priveligiado por pedalar em tão grandiosas paisagens, atravessando pequenos lugarejos, aldeias e vilas de sonho, com as suas estreitas ruelas e quase todas ornamentadas por majestosas igrejas, castelos e outros monumentos que me faziam retroceder à idade média, na época dos Templários.

Quando cheguei a Tarascon, as minhas filhas já tinham feito o check in no hotel, transportado a bagagem para o quarto e aparcado a viatura.
Um hotelzito acolhedor junto à margem dum rio, cujo nome não recordo e com o proprietário bastante simpático e que gosta de falar sobre bicicletas e das façanhas do “Tour”.
Arranjou-me logo um lugar para arrumar a bike para que ficasse descansado e fui tomar o meu banhinho e descansar um pouco.
Entretanto as minhas filhas, que têm sido uma ajuda fantástica nesta aventura, descobriram logo uma Pizzeria onde eu pudesse encher a “pança” de spaghetti.
E foi mesmo aí que fui jantar e após uma boa dose de carbohidratos e um “dessert” bem docinho, regressei ao hotel para descansar já a pensar na etapa de amanhã, onde as coisas começam já a ser a sério, com quatro passagens de montanha, três delas a doer.
Espero que amanhã o tempo esteja um pouco melhor, pois a passagem pelo Col de Puymorens foi um pouco complicado com o constante chuvisco e frio que apesar de agasalhado, não o consegui afastar, chegando mesmo a pedalar bastantes kms a tiritar de frio, especialmente na longa descida até Pas de la Casa, fronteira com Andorra.
Mais uma etapa pirenaica, cheia de encanto e emoção, pedalando a solo durante 105 kms, mas não em absoluto, pois o sul de França, é, principalmente nas zonas mais famosas pela passagem do Tour, nos seus já 100 anos de existência, uma autêntica peregrinação de cicloturistas, às dezenas, e também "motoqueiros" que nunca nos deixam sentir solitários.
Há quem diga que os fins justificam os meios, mas eu sublinho, que a dor justifica a emoção, a adrenalina, a oportunidade de conhecer cantos e recantos de inegável beleza, montanhas, riachos e florestas que pensava só existirem no screen saver do meu computador.
Irei postando as etapas desta minha aventura!!!


Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos,
ou no asfalto,
quem sabe!!!
AC

Comentários

Mensagens populares deste blogue

"Passeio de Mota pela Galiza"

Mesmo com a meteorologia a contrariar aquilo que poderia ser uma bela viagem à sempre verdejante Galiza, 9 amigos com o gosto lúdico de andar de mota não se demoveram e avançaram para esta bonita aventura por terras "galegas" Com o ponto de inicio no "escritório" do João Nuno para a dose cafeínica da manhã marcada para as 6 horas da manhã, a malta lá foi chegando. Depois dos cumprimentos da praxe e do cafezinho tomado foi hora de partir rumo a Vila Nova de Cerveira, o final deste primeiro dia de aventura. O dia prometia aguentar-se sem chuva e a Guarda foi a primeira cidade que nos viu passar. Sempre em andamento moderado, a nossa pequena caravana lá ia devorando kms por bonitas estradas, algumas com bonitas panorâmicas. Cruzamos imensas aldeias, vilas e cidades, destacando Trancoso, Moimenta da Beira, Armamar, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Parada de Cunhos, Mondim Basto e cabeceiras de Basto, onde paramos para almoçar uma bela &quo

"Rota do Volfrâmio <> Antevisão"

A convite do meu amigo Nuno Diaz, desloquei-me no passado sábado à bonita Praia Fluvial de Janeiro de Baixo para marcar um percurso em gps a que chamou "A Rota do Volfrâmio". É um percurso circular inserido em paisagens de extrema beleza e percorrido em trilhos diversificados maioritáriamente ladeando a Ribeira de Bogas e o Rio Zêzere em single tracks de cortar a respiração. Soberbo!!! Como combinado, pelas 07h passei pela Carapalha, onde mora o Nuno, para partirmos na minha "jipose" em direcção à Aldeia de Janeiro de Baixo. Parámos ainda no Orvalho para bebermos o cafézinho matinal e pouco depois lá estávamos nós a estacionar a "jipose" no parque da bonita Praia Fluvial de Janeiro de Baixo. Depois de descarregar as bikes e prepararmos o material, lá abalámos calmamente em amena cavaqueira, guiados pelo mapa topográfico rudimentarmente colocado no "cockpit" da bike do Nuno, pois parte do percurso também era desconhecido para ele, pelo menos a pe

"Açudes da Ribeira da Magueija"

Com o dia a acordar liberto de chuva e com nuvens pouco ameaçadoras, juntei-me ao Jorge Palma, Vasco Soares, António Leandro, Álvaro Lourenço, David Vila Boa e Ruben Cruz na Rotunda da Racha e resolvemos ir tomar o cafezinho matinal ao Cabeço do Infante. Fomos ao encontro do Paulo Jales, que se juntou ao grupo na Avenida da Europa e lá fomos em pedalada descontraída e na conversa dar a nossa voltinha asfáltica. O dia, bastante fresco mas solarengo, convidava mesmo a um bom par de pedaladas. Passámos a taberna Seca e descemos à velha ponte medieval do Rio Ocreza, onde fomos envolvidos por um denso nevoeiro junto ao leito do rio e por um friozinho que se foi dissipando na subida aos Vilares, assim como a neblina, que nos abandonou logo que iniciámos a subida. Passámos por S. Domingos e paramos mais à frente, no Cabeço do Infante para a dose de cafeína da praxe. Dois dedos de conversa e cafezinho tomado, foi o mote para voltarmos às bikes. O David e Ruben separaram-